Já percebeu como nunca somos o suficientes? Isso mesmo, nosso nariz é grande demais, nosso rosto é desproporcional, precisamos emagrecer, precisamos engordar, seu estilo não está passando a ideia que quer transmitir, troca cabelo, troca roupa, troca corpo.. ainda não está bom, muda tudo de novo..
A sociedade dos filtros e das perfeições vai minando nossa singularidade, nos envolvendo na busca pela perfeição inalcançável. Como se vestíssemos capas para pertencermos aos mesmos padrões não humanos de uma inteligência artificial. “Seja bonito, inteligente, estudioso, seja alegre e feliz, tenha sucesso e uma vida plena, não ligue para os problemas, não se importe com a opinião dos outros, a tristeza e raiva não vão te ajudar em nada na sua vida” e assim tomamos nossa dose diária de frustração. Pessoas influentes na sociedade nos dizendo como agir e como pensar nos levam acreditar que existe uma fórmula mágica que nos levará a essa vida. Não é atoa que inventaram a pílula da beleza. Mas que beleza? Do que estamos falando?
A vida tem se tornado um lugar artificial, a pressão em cima de uma vida perfeita cresce, é como se estivéssemos em uma escalada e os obstáculos se chamam vida e nos impedem de chegar na perfeição idealizada, nos sentimos frustrados por não conseguir alcançá-la. Nos escondemos atrás de filtros, “melhorando” nossos corpos e ideias, queremos parecer bons para os outros, porém enquanto isso cada um de nós vai adoecendo lentamente, nos escondendo de quem somos, não nos sentindo suficientes, nem preparados e muito menos perfeitos. Queremos viver uma vida perfeita, porém qual o custo disso?
Laura da Silva Zago
Psicóloga
CRP 06/178820