É comum as pessoas se sentirem ansiosas com algumas situações sociais, seja no trabalho, em ambientes de lazer ou até com familiares distantes. Porém, até que ponto essa ansiedade pode atrapalhar e paralisar nossas vidas?
O transtorno de ansiedade social, mais conhecido como fobia social, faz parte do grupo de transtornos de ansiedade. A fobia social envolve o medo intenso de situações sociais que podem abranger o contato com estranhos ou se preocupar de forma excessiva com a percepção do outro sobre si.
As pessoas com esse transtorno costumam evitar qualquer tipo de situação social desde de apresentar trabalhos em público até conversar com alguém da própria empresa.
O medo pode se apresentar de algumas formas, sendo elas:
Sociais, por exemplo: namorar, participar de conversas, ser assertivo;
Relacionados a desempenho, por exemplo: falar em público, tocar um instrumento na frente de outras pessoas, apresentar trabalho;
Relacionados a observação, por exemplo: trabalhar na frente dos outros, comer em público, andar na rua.
Esse transtorno pode afetar homens e mulheres e sua idade de pico de início dos sintomas é na adolescência, porém é comum aparecer entre os 5 e 35 anos. As causas ainda são desconhecidas, apesar de terem estudos que associam ao histórico psicológico e comportamental da família.
O transtorno de ansiedade social é o quarto mais comum, e pode gerar intenso sofrimento na vida das pessoas, pois pode prejudicar o desenvolvimento de áreas profissionais, acadêmicas e principalmente sociais. Em casos mais severos pode haver uma paralisação de sua vida devido ao medo sentido.
Muitas pessoas são consideradas tímidas ou inibidas, por isso é importante perceber a intensidade e duração dos sintomas. É comum e saudável nos sentirmos ansiosos em algumas situações da vida, pois a ansiedade pode ter a função de nos preparar para algumas situações, de nos avisar quando estamos em perigo. Porém, ela não pode paralisar nossas vidas. A pessoa com esse transtorno pode desenvolver um prejuízo social alto, podendo levar a um constante sofrimento em sua vida pela alta taxa de estresse e pela esquiva de sentimentos e situações desagradáveis.
Os sintomas físicos mais comumente observados são: aumento dos batimentos cardíacos, náusea, sensação de boca seca, pode haver alteração na voz, tremores no corpo, a respiração pode ficar acelerada, e pode haver tensão muscular. Os sintomas emocionais mais comuns, são: medo de não atender as expectativas dos outros, ter pensamentos de que será humilhada, rejeitada ou que está ofendendo alguém, medo de perceberem suas fraquezas, ataques de pânico, sensação de “branco” na mente, medo de estar sendo julgado, criticado e avaliado de forma negativa. Sintomas comportamentais mais comuns, são: a pessoa costuma planejar minuciosamente cada situação, isolamento social é muito presente podendo levar a desistência da escola, faculdade e emprego. É importante buscar ajuda profissional para um tratamento mais eficaz em casos de sofrimento psicológico.
Como a terapia de aceitação e compromisso (ACT) pode ajudar pessoas com esse transtorno?
Com base no olhar da ACT podemos trabalhar processos de flexibilidade psicológica com o paciente, a partir do contato com processos de aceitação que consistem em ter uma postura aberta para situações agradáveis, mas também para situações desagradáveis, também se permitir experienciar sentimentos, pensamentos, emoções indesejáveis, olhar os altos e baixos de cada situação individualmente, sem tentar fugir, evitar ou controlar o que sentimos. Aprendemos a olhar para os pensamentos como experiências contínuas a serem vividas e não como verdades literais que descrevem quem somos e determinam nossas ações. Aprendemos a olhar para o momento presente, trazer a mente para o aqui e agora e não para as preocupações do futuro ou situações do passado. Analisamos o contexto de cada situação, pois cada experiência pode mudar em relação ao contexto. É importante destacar que cada caso é um caso que será avaliado de forma individual por cada profissional.