Com a constante necessidade de dar conta de tudo, de realizar perfeitamente nossas tarefas, de exercer infinitas funções juntas acabamos nos levando a um lugar de profunda sensação de fracasso que nos leva ao esgotamento. O que me leva a pensar que a era da informação e da globalização que nos bombardeia de notícias, conhecimento, estudos, informação nos faz acreditar que temos que viver como máquinas, afinal a máquina é programada e feita para nunca parar, o mundo globalizado nunca para. E quando nos damos conta fomos atravessados pelos sintomas do esgotamento que nos leva acreditar que somos um fracasso e nos sentimos culpados por isso.
Como poderíamos apertar o botão de Pause em um mundo que clama pelo avançar?
Em um dia de profunda reflexão e um sentimento de fracasso dominador eu me peguei conversando com meu lado compassivo “tudo bem não dar certo hoje a gente tenta amanhã”. Essa simples frase me fez refletir o quanto estamos cercados pela sobrecarga de fazer as coisas acontecerem de forma imediata podando as infinitas possibilidades da vida, entre elas, de não dar certo, ou de não conseguir resolver todos os problemas, ou ser ruim em alguma atividade. A ideia de que eu, necessariamente, preciso ser a melhor hoje nos coloca em patamares inalcançáveis, em processos intocáveis, em verdades concretas e imutáveis.
O ritmo incontrolável de mudanças junto com o imediatismo de dar certo em uma sociedade que mascara a realidade, acaba nos levando a um distanciamento de processos importantes, de vivencias simples, e de alguém que realmente faça sentido ser.
Dar pause, talvez signifique que podemos dividir o peso da carga do agora, podemos dar errado para dar certo, podemos ser ruins em algo e não precisamos nos sobrecarregar para sermos perfeitos. Avançar é preciso, mas talvez o meu avançar seja diferente do seu.
Laura da Silva Zago
Psicóloga
CRP 06/178820